Empate amargo.

Salve, Nação Tricolor!

Venho em minha primeira coluna no MF falar do empate morno e sem gols do São Paulo FC contra o vice-líder do campeonato, Flamengo. Um jogo que, ao meu ver, mostrou claramente algumas das deficiências técnicas do time comandado por Ricardo Gomes, principalmente na trinca de volantes e nas laterais, posições fundamentais para um time que necessita de vitórias. Com o resultado, caímos uma colocação, ocupando o 13º lugar, correndo o risco de cair mais uma, caso o Coritiba vença o América-MG em casa na segunda feira. São quatro pontos de distância da zona de rebaixamento, que incomoda e muito a vida dos tricolores.

“Empatar com o vice-líder do campeonato não é um mau resultado”, está dizendo o torcedor mais otimista. Entretanto os dois pontos que faltaram hoje seriam essenciais na triste luta contra o rebaixamento. Vejo uma boa evolução na parte defensiva do time, o que é muito interessante. Nossa dupla de zaga, com a experiência de Lugano e a disposição de Rodrigo Caio, se postou de forma muito sólida contra o perigoso ataque carioca. Já na parte ofensiva, o tricolor deixou a desejar. Jogar com três volantes exige que estes se movimentem muito e que iniciem as jogadas com qualidade, coisa que não aconteceu na tarde fria de sábado com quase 30 mil pessoas apoiando o time no Morumbi. Hudson fez um jogo razoável na marcação, mas mostrou pouca qualidade técnica para apoiar no ataque. Wesley foi quem mais apareceu, mas também não brilhou. E Thiago Mendes ficou completamente sumido do jogo com poucas chegadas no campo flamenguista. Eu iria de João Schmidt, jogador de mais qualidade no passe, para o jogo contra o Sport na Ilha.

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Pela falta de movimentação dos volantes, as jogadas tricolores foram mais pelas laterais. Foram mais de 30 cruzamentos na área rubro-negra, entretanto apenas 5 certos. Bruno e Mena precisam melhorar nesse quesito, já que a bola aérea pode ser o diferencial em partidas truncadas como a de hoje. Além do mais, Chávez, “El Comandante”, tem como principal característica justamente as jogadas pelo alto. O argentino, aliás, foi um dos destaques do São Paulo na partida. Brigou muito na marcação, dividiu todas as bolas, voltou muitas vezes para marcar, porém quando teve a bola do jogo para decidir e conquistar os tão esperados três pontos, não teve a frieza necessária para tirar de Muralha e “consagrou” o arqueiro flamenguista.

Foi um jogo muito igual, com pouquíssimas chances para os dois lados. Dênis e Alex Muralha pouco trabalharam, porém quando exigidos se mostraram seguros. Muralha, no lance já citado de Chávez. E Dênis, em cabeceio de Leandro Damião sozinho na área tricolor, transformou o que seria um frango em uma ótima defesa, que evitou um resultado ainda pior. O time de Ricardo Gomes, depois de dez jogos, ainda não tem um plano de jogo. Falta movimentação dos volantes e alguém para auxiliar Cueva na armação das jogadas. O tricolor paga pela péssima reposição das peças que foram embora após a Libertadores.

Notas:

Denis: Trabalhou pouco, mas quando exigido estava lá. Ainda muito lento nas reposições: 6,0.

Bruno e Mena: Vontade não faltou. Mas houve falhas defensivas e pouquíssimos cruzamentos certos: 5,0.

Lugano e Rodrigo Caio: Jogo muito bom da dupla de zaga tricolor. Lugano muito firme, anulou Guerrero. Rodrigo Caio mais uma vez mostrou segurança: 7,0.

Hudson: Jogo “ok” defensivamente. Mas falta muita técnica e movimentação para ajudar o ataque: 5,0.

Thiago Mendes: Mais uma vez muito sumido. Que saudades do Thiago Mendes de 2015: 5,0.

Wesley: Da trinca de volantes, foi o que mais se movimentou, mas com pouco brilho: 5,5.