O dia a dia do maior do mundo começou um pouco diferente. Depois de 22 anos de serviços, o então analista de desempenho Milton Cruz foi demitido do São Paulo pela diretoria de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Ele trabalhou nos últimos meses como analista de desempenho, mas participava dos treinos diários para auxiliar na comunicação entre o técnico Edgardo Bauza e os jogadores.
Milton como jogador do São Paulo
Em 22 anos como auxiliar técnico, Milton conviveu com diversos treinadores que chegaram no tricolor neste período. Aprendendo com eles, comandando o time nos treinamentos, ele era visto não só como mais um na comissão técnica, mas sim como O cara da comissão. Com seu bom trabalho, tinha transito livre nas imediações do CCT fazendo o canal entre diretoria e elenco. Neste trabalho, além de ajudar ao lados dos gramados, Milton indicava algumas contratações de jogadores pontuais a diretoria. Foi dessa forma, que o time campeão do mundo em 2005 foi montado.
Além disso, toda vez que um treinador era demitido, Milton assumia a bronca e comandava o time tricolor. E seu desempenho não é ruim não. Em 43 jogos como treinador, ele obteve 23 vitórias, 7 empates e 13 derrotas. Um aproveitamento de 58,91% dos pontos. MUITO melhor que alguns treinadores que chegaram com pompa, mas que não fizeram nada pelo tricolor.
A saída de Milton Cruz era cogitada desde a administração do presidente Carlos Miguel Aidar. A boa relação com o ex-técnico Juan Carlos Osorio e a consequente classificação para a Taça Libertadores no fim de 2015, quando assumiu o time interinamente, após a queda de Doriva, o ajudaram a se manter no clube até a virada do ano.
Segue duas teorias para a demissão do Milton:
Segundo Luiz Cunha, novo diretor de futebol tricolor, Milton estava “sem função” e por isso chegou a hora de demitir Milton. “Falamos com ele nesta tarde, explicamos que é um profissional extraordinariamente bem-sucedido e querido pelo São Paulo, mas estava sub-utilizado e achamos mais justo conversar francamente e fazer o seu desligamento”, disse o diretor.
Porém, Ataíde Gil Guerreiro em entrevista ao programa “Boa Noite FOX”, ressaltou que Milton Cruz deixou de integrar a comissão técnica fixa do elenco tricolor por um pedido de Edgardo Bauza, que não queria ninguém de fora da sua comissão trabalhando com os atletas. Porém, após tantos anos de trabalho de sucesso, Ataíde disse que iria aproveitar Milton em outra função: “Poucas pessoas tem a capacidade nata de descobrir talentos como o Milton. O Bauza queria a comissão dele, disse que não queria ninguém dentro da comissão. Eu disse para o Milton que o mundo mudou. Hoje, usa-se tecnologia. Contratei dois funcionários da parte de scout do Corinthians. Eu disse para ele: ‘com a sua capacidade, mais a tecnologia, ninguém vai te superar. Vamos te dar treinamento, pode ser na Europa, onde você quiser.’ Mas ele gostava do campo, onde não tinha lugar pra ele”, explicou Ataíde.Luiz Cunha, atual diretor de futebol do clube em entrevista explicou a saída. “Falamos com ele nesta tarde (quinta), explicamos que é um profissional extraordinariamente bem-sucedido e querido pelo São Paulo, mas estava sub-utilizado e achamos mais justo conversar francamente e fazer o seu desligamento”, disse.
Após este “pedido” de Patón, Milton foi designado a assumir e comandar um núcleo de análise de desempenho, setor de estatísticas criado a pouco tempo no maior do mundo. Ele será responsável por colher informações de possíveis reforços, medir performance individual e coletiva do time, e de adversários do Tricolor. Ou seja, a diretoria começou ai a fritura de Milton, que seria demitido 3 meses depois.
Podem falar o que quiserem. Mas na opinião de quem vos escreve, Milton estava sendo jurado faz tempo. Após o infeliz post no microblog Twitter pelo então assessor de imprensa Rodrigo Gaspar, onde ele afirma que “Michel Bastos e Milton Cruz fazem mal ao ambiente”, essa nova diretoria incompetente só estava dando um tempo para poder demitir o Milton. Principalmente, pela proximidade do auxiliar com Abílio Diniz, que logo após confirmada a demissão disse que essa atitude foi uma covardia. Mais um erro dessa diretoria que só pensa em si mesma e não no tricolor.
Obrigado Milton! Tudo o que você fez pelo São Paulo e todos os títulos que o clube conquistou, você fez parte disso!
por Lucas Bonora – @lubonora11
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