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Un día como hoy: Boca Juniors campeão e homenagem a Diego Maradona

Em um 7 de março de 2020, o mundo vivia ainda seus primeiros casos de Coronavírus, a América do Sul não tinha nenhuma centena confirmada e a Argentina estava em noite de decisão. Era a última rodada da Superliga 2019/2020 e os dois gigantes, River Plate e Boca Juniors, um jogando em Tucumán e o outro em Buenos Aires, brigavam pelo título. O time de La Boca saiu campeão com gol de Carlitos Tévez na etapa final e os millonarios empataram. Porém, há mais coisa de especial além do título.

A permanente série Un día como hoy rememora dias marcantes, históricos, gols, títulos, datas, e outras histórias do nosso futebol sul-americano. Hoje, é dia de falarmos do título do Boca Juniors e a última noite de Diego Maradona num estádio lotado.

(Gustavo Garello/Jam Media/Getty Images)

Ataque ganha jogo e a defesa, campeonato

Uma frase que ouvimos sempre ao longo da jornada futebolística é essa máxima envolvendo defesa e ataque. Claro que o esporte vai além disso, mas às vezes, ele é simples. O River Plate, quando assumiu a ponta da liga, parecia não perder mais, só que tinha o Boca como rival. O time de Marcelo Gallardo viu o rival comandando por Miguel Ángel Russo ultrapassá-lo no apagar das luzes. As duas rodadas finais foram de agonia para os do Monumental e glória para Bombonera.

O River tinha três pontos de vantagem ao final da rodada 21, mas tropeçou duas vezes na sequência quando precisava apenas de uma vitória para se sagrar campeão. Vale lembrar que o último nacional do River foi em 2013/2014 no Torneio Clasura. Era a oportunidade de sair do jejum. O River empatou em casa com o Defensa y Justicia na rodada 22. Bastava ainda vencer na rodada final. Dependia apenas de si. O Boca, fora de casa, venceu por 4 a 0 o Colón.

A última fecha foi há um ano com os jogos simultâneos. River jogava no Estádio Monumental José Fierro, em Tucumán, contra o Atlético Tucumán. A casa começou a cair quando José Toledo abriu o placar para os locais. Matías Suárez empatou e deu esperança para os visitantes. Entretanto, com esse resultado, o time de Buenos Aires dependia de uma não vitória boquense.

A partida na Bombonera tinha ares de final e a presença de quem fez tanto o povo argentino feliz no futebol, Diego Armando Maradona. Boca pelo título e Gimnasia y Esgrima contra o rebaixamento. Antes da partida, estádio inflamado e homenagens a El Diez na noite que seria a última com torcida na Argentina antes da pandemia. Não somente isso, foi o último dia de Diego em um estádio lotado. O período pandêmico o levou, não pela Covid-19, mas por parar de respirar.

Para além das homenagens, o atual camisa 10 do Boca, Tévez, foi ao banco de reservas rival e beijou Maradona tal qual Claudio Caniggia quando eles jogaram juntos no mesmo xeneize. Aquela foi a última profecia de Dios. O jogo caminhava para o final quando Carlos Tévez apanhou a bola na entrada da grande área e chutou forte. A rede se estufou e o 10 subiu no alambrado na Bombonera. Era o gol do título.

O River até tentou no apavoro no fim de seu jogo, mas não saiu outro gol. Ao Boca, restou segurar o resultado e ser campeão. A classificação final após 23 rodadas ficou com o Boca campeão da Superliga 2019/2020 com 48 pontos, 8 gols sofridos, e o River vice-campeão com 47 pontos, 41 gols feitos. A melhor defesa saiu campeã.

Aos que acreditam em algo além do que se passa num campo de futebol, não tinha como haver outro resultado há um ano. Quis o destino que o Gimnasia de Maradona visse o Boca, um dos amores de Diego, ser campeão sobre o River Plate. Também quis esse mesmo destino que o 10 se fosse aos 60 anos.