Vila Nova

Vila Nova perde a terceira seguida e torcida coloca Hemerson Maria em julgamento

O Vila Nova perdeu a terceira partida seguida na série b 2018. Após um começo absurdo, com 4 vitórias seguidas, é impossível para o torcedor não se revoltar diante a queda de rendimento. É possível apontar várias falhas na derrota para o CSA: o trio de ataque atuou longe do ideal, a falha da zaga que culminou no único gol da partida, a falta de efetividade da equipe (70% de posse de bola, 15 finalizações sendo 5 para o gol e 54 cruzamentos: 0 gols). Mas nada levantou mais questionamentos que as escolhas do técnico Hemerson Maria.

Antes do jogo, a escalação já assustou: com os desfalques, ao invés de repor as respectivas posições com jogadores nela especialistas, Hemerson optou por improvisar jogadores. Nenhum erro absurdo, mas ainda um erro. Aliás, toda indignação é construída aos poucos, uma morte por milhões de cortes. Os pequenos erros vão se acumulando até atingirem certo nível de tolerância. E Hemerson já tinha cometido alguns. Na eliminação do campeonato goiano, houveram alterações ruins também. Ano passado, várias vitórias foram perdidas por uma filosofia de jogo que defende uma postura defensiva após fazer gols. Embora não aconteça mais com frequência, ninguém se esquece.  Assim como ninguém vai se esquecer que ontem o segundo tempo começou sem nenhuma substituição, mesmo com jogadores claramente comprometendo o time. Ninguém vai se esquecer também da demora para colocar Vinícius Leite, um ponta cuja posição no banco é revoltante. Impossível esquecer também que o excelente ponta, quando entrou, entrou no lugar do centro avante e só jogou de costas, sendo que seu forte são as jogadas individuais.

Além desses pontos, há erros mais custosos de perceber. Porém suas consequências são nítidas. O Vila não consegue reverter jogos. Raramente vira um. Todos percebem isso. O poder ofensivo do time todo ano compromete. Esse ano, o meio de campo é um dos melhores do campeonato e cria muito, mas o ataque está longe de ser destaque. O trio de ataque do último jogo tem, somado, 2 gols, sendo que os dois são de Mateus Anderson. Reis e Ramon não fizeram nenhum gol em 8 partidas. Aliás, o Vila não faz um gol sequer há 4 rodadas. Maria pode parecer não ter culpa nisso, mas o papel do técnico é justamente elaborar um modo de jogo eficiente  dentro das limitações da equipe. Diante tantas limitações (três, e o nome qualquer um sabe), é imperativo uma alteração no modo de jogo, ainda mais mediante gritante evidência da limitação. Reitero: 4 jogos sem fazer gols.

Somado a tudo isso, acrescenta-se um erro já clássico do Vila: a incapacidade de jogar contra adversários que retrancam. Alguns treinadores entendem sua função, e adotam a melhor estratégia para um time limitado diante um time superior: adotam uma postura defensiva. Qual a resposta do Vila contra essa estratégia? Nenhuma. O time não demonstra ter recurso nenhum para enfrentar um adversário disciplinado taticamente. Obviamente, acaba sendo uma equipe previsível. Ninguém se esquece que fomos eliminados da Copa do Brasil assim. Meses depois daquela tragédia, Hemerson Maria não parece ter aprendido nada, pois incorreu ao mesmo erro: não ter uma estratégia capaz de conquistar espaços contra time defensivos. Sempre que um adversário recua o time, o Vila faz o óbvio: troca passes entre volantes e zagueiros, subindo milímetros, até que um lateral fique livre, receba e faça um chuveirinho ou passe para um atacante que, sem opção, irá chutar ou tentar fazer uma jogada individual. O chuveirinho é ineficiente (57 cruzamentos 0 gols), pois sempre tem mais jogadores adversários na área. O chute raramente funciona, até porque pelo excesso de jogadores em um só lugar do campo é impossível não acertar nenhum deles. A jogada individual é difícil pelo mesmo motivo do chute, a falta de espaço.

Fica óbvio que o modo de jogar do Vila Nova precisa se reinventar. Até mesmo o esquema do Barcelona de Guardiola ficou defasado depois de 3 anos, por que em 1 ano a previsibilidade de Maria não acabaria superada? É muita prepotência, ou teimosia, ou burrice. Talvez os três. Mas talvez há algo que ninguém esteja vendo e o time irá se reerguer. Talvez essas 3 derotas foram as últimas. Talvez foram as primeiras. Nessa altura, ninguém tem mais nenhuma certeza, a não ser uma: o amor pelo Vila continua e nunca irá se reinventar. Já saímos de situações piores e iremos sair dessa também. Enquanto houver o direito de torcer haverá o dever de acreditar. Por isso mesmo a cobrança vem junto. Como disse Nelson Rodrigues: “A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.”

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