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A trajetória do único bi-campeão invicto na Copa do Nordeste 2020

O início foi longe de ser tranquilo, poucos fora os torcedores alvinegros colocavam o Ceará entre os finalistas, principalmente por causa do desempenho produzido pelo time de Argel Fucks. Na primeira rodada, o Vovô estava vencendo o Frei Paulistano-SE por dois gols de diferença, mas deixou empatar, na segunda peleja veio logo o clássico-rei. O Ceará saiu na frente novamente, porém não segurou o resultado e pior, Vinícius perdeu a penalidade no final da partida. No terceiro embate fim da linha para o técnico em um empate por 0 a 0 contra o ABC em Natal.

Enderson Moreira chegou novamente, era a chance dele colocar seu nome na história do clube. Iniciou sua trajetória com o empate contra o Bahia em casa, apesar da quarta igualdade seguida foi a primeira vez que o time foi buscar o resultado. Faltando metade da primeira fase, o Ceará enfim precisava vencer, isso aconteceu? Não. O alvinegro empatou outra vez, agora contra o Botafogo-PB por 2 a 2, sendo que esteve na frente do marcador por duas vezes. Enfim, na sexta rodada, o elenco superou as dificuldades e triunfou sobre o River pelo placar de 4 a 0, com destaque para Rafael Sobis.

A situação não era tão simples assim, pois precisava ainda de dois resultados positivos, o primeiro veio em um embate difícil contra o Sport Club do Recife, Ricardinho, o maestro com tranquilidade marcou de pênalti e deixou a torcida um pouco mais tranquila. A pandemia veio e ainda está rondando nossas casas, Enderson preferiu a proposta do Cruzeiro e deixou o Ceará pela porta dos fundos. Logo em seguida veio Guto Ferreira, a desconfiança pairou nas mentes alvinegras, todavia a resposta foi obtida em campo.

No dia 22 de julho retornamos a campo, depois de quatro meses, a decisão contra o CRB era importante e fizemos o nosso papel ao vencer o regatiano por 2 a 1. Aos poucos, o estilo de jogo de Guto Ferreira foi se sobressaindo e o aparecimento de peças como Fernando Sobral e Cleber foram importantes para a consolidação de um título sem contestação. Nas quartas-de-final, apesar do momento ruim do Esporte Clube Vitória e de já termos vencido no primeiro confronto da Copa do Brasil, todo cuidado era pouco, o resultado de 1 a 0 foi o bastante.

Na semifinal, a prova de fogo, os analistas colocavam um favoritismo tricolor no clássico, contudo com toda a humildade e pés no chão, o alvinegro controlou o ímpeto adversário e de cabeça, Klaus consagrou sua boa fase e colocou o Vovô na final da Copa do Nordeste pela terceira vez. Em 2015, o Ceará venceu o Bahia duas vezes, se esperava dessa vez um maior equilíbrio, mas o elenco foi consciente taticamente e buscava todos os espaços do campo com afinco. O resultado de 3 a 1 e de 1 a 0 (gol de Cleber) foi a mostra da evolução alencarina na hora certa.

Foto de capa: Felipe Santos/Ceara SC.