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Depois de acionar o Santos na Justiça, MP questiona estreia de Ângelo no time principal, veja detalhes

Depois do Santos ser acusado de promover trabalho infantil clandestino e exploração de menores pelo Ministério Público de São Paulo, que tenta extinguir as categorias abaixo de 14 anos, o mesmo Ministério Público do Trabalho agora questiona o Peixe por ter escalado o atacante Ângelo em 2020, aos 15 anos, 10 meses e 4 dias de idade, feito este que ultrapassou Pelé, que era o segundo jogador mais novo a atuar pelo Santos em toda sua história.

A estreia do jogador no time profissional aos 15 anos, segundo o Ministério, é imprópria, já que ele não tinha atingido os 16 anos, e esse é o motivo pelo qual, é pedida a extinção da base do Santos, segundo informação do UOL Esporte. O processo que contém mais de 1000 páginas aponta a ilegalidade, afirmando que o jogador só poderia atuar com 16 anos no elenco profissional. “É vedada a prática do profissionalismo, em qualquer modalidade, quando se tratar de menores até a idade de 16 anos completos.” A estreia do jogador aos 15 anos, fere a lei 9.615, que impede trabalho de atletas mirins amadores, em competições desportivas profissionais.

Ângelo assinou seu primeiro contrato profissional com o Santos no dia do seu aniversário, em 21 de dezembro de 2020, quase dois meses após sua estreia dentre os profissionais. Para o Ministério Público do Trabalho, o clube admite o erro e pede a condenação. “Com o reconhecimento do clube réu, formado neste robusto conjunto probatório e impossível a solução extrajudicial, o Ministério Público do Trabalho, busca a condenação judicial do polo passivo nesta ação civil pública, para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.

Com a ação, o Ministério Público do Trabalho espera acabar com as categorias de base abaixo dos 14 anos no Santos, o que acabou gerando um descontentamento geral por parte dos pais dos jogadores mirins, que apoiam o clube.

Por parte do Santos, as acusações foram prontamente rechaçadas, e garantiu sua defesa apresentada até o prazo estipulado. “O Santos Futebol Clube informa que o processo em questão, corre em segredo de justiça, por envolver atletas menores de idade. O clube apresentará sua defesa no prazo legal, motivo pelo qual não lhe é permitido oferecer maiores detalhes. As categorias de base do Santos Futebol Clube, são reconhecidas como modelo para inserção de crianças e adolescentes através do esporte, para auxílio no desenvolvimento não apenas de atletas, mas principalmente de cidadão aptos ao convívio em sociedade. Por fim, o clube reitera que segue rigorosamente a legislação desportiva vigente, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Constituição Federal, e nega as absurdas alegações realizadas pelo Ministério Público do Trabalho.”

(Foto: Ivan Storti / Santos FC)