Las canchas de Independiente: a consolidação em Avellaneda
O Club Atlético Independiente não teve o seu primeiro campo em Avellaneda. Essa história do início do Clube até a chegada na região foi contada na primeira parte desta matéria. Hoje, contaremos a segunda parte dos estádios do CAI, sua consolidação em Avellaneda e a construção do grande Libertadores de América.
Esses relatos contando mais detalhes e curiosidades sobre o Rey de Copas faz parte de uma série de matérias produzidas no Mercado do Futebol falando sobre o maior campeão da Libertadores. A primeira da série foi sobre a história de fundação e a segunda sobre as canchas do Rojo. Confira o link com a parte 1 abaixo:
Saída da cancha de Manoel Ocantos
O Independiente cresceu muito na rua Manoel Ocantos, o estádio que antes suportava teve de ser abandonado. Assim, o time precisava de uma casa mais ampla. O Rey ganhou seu primeiro título na cancha nova, mas nem tudo foi bonança.
Ela ficava na Avenida Mitre, n° 1987, esquina com a rua Lacarra. Era uma cancha um pouco maior que a antiga e com suas estruturas feitas de madeira. O primeiro jogo lá foi diante do Estudantil Porteño, uma vitória pelo placar mínimo.
O plantel titular estava formado com: José Belloc; Juan Dowyer e Manuel Deluchi; Carlos Moretti, Ernesto Sande e Seberino Mazzella; Santiago García, Amadeo Chiarella, Juan Hospital, Enrique Colla e Juan Gelmi. O gol foi feito por Chiarella.
Nessa cancha, o Independiente teve alguns jogos memoráveis e foi ali que o time levantou seu primeiro título. Dentre os grandes jogos, podemos citar um 2 a 0 diante do San Lorenzo, em 7 de maio de 1923, pela Primera División, que foi o jogo da primeira conquista ainda na Era Amadora do futebol argentino. Além desse, um 7 a 4 diante do Racing, em 1927 e uma vitória sobre o FC Barcelona por 4 a 1 em agosto de 1928.
Apesar desta conquista do título em 1923 e da primeira grande alegria da equipe de Avellaneda, no mesmo ano, essa cancha sofreu com um grande incêndio. Na madrugada de 4 de agosto de 1923, o estádio sofreu o calamitoso incêndio que o destruiu quase que completamente. Suas estruturas foram refeitas meses depois. Isso foi determinante para o sétimo estádio ser de material sem perigo de pegar fogo.
Rumo ao futuro Libertadores de América
O Independiente foi ousado na escolha de sua última casa, seu último terreno e foi ali que ele conquistou a América sete vezes. Diante da eminência da venda do terreno de Mitre e Lacarra, a diretoria do Clube buscava um novo lugar. A ideia era ficar por ali, mas as condições de compra do terreno não foram favoráveis. Então, era hora de procurar uma casa.
A intenção da CD do CAI era a de permanecer na região de Avellaneda. E assim se fez. A imobiliária dos irmãos Lavista ofereceu a Pedro Caneveri e demais membros um terreno situado atrás do estádio do Racing Club, situado no Cuartel 1°. A zona era conhecida como ‘el pantano de Ohaco’ e era delimitado pela rua Alsina.
Ao adquirir este terreno, muitos chamaram os dirigentes de loucos, iludidos e sonhadores, pois era uma região que frequentemente ficava alagada. Alguns diziam que “nos dias de chuva até as vacas nadam”. Mas as críticas não pararam o ímpeto deles.
Uma comissão de obras foi formada por Joaquín Cézar, Carlos Ferrari e Germán Seoane. O primeiro procedimento foi o de construir um túnel de acesso dos vestiários ao gramado. Assim, somente pessoas autorizadas teriam comunicação com o plantel.
O dia da posse do terreno foi 20 de dezembro de 1925. Após 20 anos, o Clube tinha um lugar para chamar de seu. O objetivo era fazer uma cancha totalmente diferente das demais. Tanto que até hoje, existem poucos estádios na América Latina parecidos com o atual Libertadores de América.
O material usado nas estruturas deixou de ser a madeira e passou a ser cimento. Foram 12 projetos ofertados para o Independiente. E o escolhido foi o de Federico Garófaro.
Antes de começar a fundação da cancha efetivamente, o terreno teve de ser elevado para que não mais ficasse alagado. Foram centenas de caminhões com terra para nivelar o terreno. Assim, começou a ser erguido o estádio. Foram três longos anos de obras e muitos problemas até que no dia 4 de março de 1928, a cancha estava pronta.
O primeiro jogo foi contra o Peñarol, do Uruguai. Duas camisas que seriam muito pesadas no futuro, mas que estavam apenas no começo da trajetória vitoriosa que rendeu 12 Libertadores. A partida foi digna da grandiosidade da nova casa, um empate em 2 a 2.
Além das arquibancadas de cimento, o estádio contava com espaço para jornalistas, vestiários, bilheterias e por aí vai. A capacidade de acordo com o Independiente era de 90 mil torcedores. Ou seja, um gigante em Avellaneda. A primeira vitória tardou um pouco, veio apenas em 10 de junho de 1928, por 5 a 1 diante do Almagro.
Progresso
A cancha sofreu muitas transformações ao longo dos anos até chegarmos no grande Libertadores de América do século XXI. Em 1930, diante do Racing numa vitória por 3 a 1, o estádio foi reinaugurado todo fechado e na arquibancada norte, foi construída uma cobertura de cimento. A segunda mudança ocorreu em 1938 quando foi inaugurada as iluminações artificiais do estádio. A estreia foi num jogo entre La Academia (Racing) e Gimnasia y Esgrima.
A terceira mudança foi a inauguração da ‘viseira’ lateral no estádio em agosto de 1961. Com isso, ele ficou conhecido como ‘La doble visera de cemento’. Mais uma vez o rival fez parte da inauguração. Dessa vez, o Rey de Copas goleou por 4 a 0.
Em 20 de maio de 1968, o setor oeste sofreu uma ampliação e a arquibancada também teve seu nome mudado para Tribuna Herminio Sande em homenagem ao presidente do Clube.
Libertadores de América
A transição para o que conhecemos hoje como o Estádio Libertadores de América veio a partir de 2005. Até ali, o Estádio não tinha um nome oficial e em 10 de outubro daquele ano, passou a ter esse nome. Apesar disso, a cancha era conhecida popularmente como Doble Visera, uma alusão ao começo da história em Avellaneda.
Um ano depois, o Doble Visera foi demolido e parecia que o estádio sabia que teria a história terminada. No último jogo, derrota do Independiente por 2 a 1 para o Gimnasia e Esgrima de Jujuy pelo Apertura de 2006. O tento final foi marcado por Federico González.
Foram quase três anos de espera para a torcida voltar para casa. As obras começaram no fim de 2006 e o estádio foi reaberto em outubro de 2009. Mesmo sem estar finalizado, faltando 40% das obras, o Novo Libertadores de América foi recebido com muita festa e abençoado com um triunfo por 3 a 1 diante do Colón de Santa Fé pelo Campeonato Argentino.
Hoje, o atual Libertadores de América tem capacidade para 52 mil torcedores e tem uma arquitetura completamente diferente das demais vistas na América do Sul. É singular assim como o Club Atlético Independiente.