“Não vencemos, mas quero dar os parabéns aos meus jogadores pelo que mostraram a toda a França. Perdemos, queríamos mesmo chegar à final, acreditamos nisso”, disse Rudi Garcia durante a coletiva de imprensa pós-jogo.
Jogo organizado, trabalho em equipe e um meio de campo compacto. O Lyon chegou mais longe do que muitos acreditavam e fez parte de uma temporada histórica da Champions, pelo período de pandemia e placares vistos. Da primeira rodada da fase de grupos até a semifinal, Rudi Garcia montou um esquadrão capaz de parar times de peso.
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A jornada dupla contra a Juventus de Cristiano Ronaldo:
Não é fácil parar Cristiano Ronaldo e Rudi Garcia e seu plantel sabem bem disso. Porém, o técnico nunca descartou uma disputa equilibrada.
Na primeira partida, no Groupama Stadium, o Lyon conseguiu superar o time de Turim sem grandes dificuldades. Foi, inclusive, o jogo de estreia de Bruno Guimarães na Champions. Ele teve uma atuação segura e não pareceu sentir a pressão dos adversários. De acordo com o Sofascore, ele teve um índice de acerto de 96% nos passes ofensivos e venceu o prêmio de melhor da partida.
O gol da partida foi marcado por Tousart, após um lance individual de Aouar. Ele encontrou o volante, que deslocou o goleiro da Juve e marcou o único jogo da partida. Isso deixou a partida ainda em aberto na Itália.
Com a paralisação, o jogo que deveria acontecer em março ficou para agosto. Nesse meio tempo, a Ligue 1 foi finalizada e a Juventus se sagrou campeã italiana novamente.
O Lyon segurou a responsabilidade?
Em Turim e sem torcida, Sarri precisava confiar em Cristiano Ronaldo para tirar a vantagem do time francês e se garantir na próxima fase da competição. E a estratégia era boa, até a arbitragem dar um pênalti para o Lyon, que tinha Depay de volta. O holandês marcou e o Lyon estava na frente.
No final do primeiro tempo, o juíz assinalou pênalti para a Juventus, após ter visto um toque de mão na área. Cristiano cobrou rasteiro para empatar e só precisava de dois gols para seguir sonhando com a orelhuda. Aí começa a panela de pressão.
O Lyon precisava se defender, então fechou seu meio e optou por jogadas de contra-ataque em velocidade. E a máquina Cristiano Ronaldo, que não estava para brincadeira, continuou pressionando. Em uma dessas jogadas, o camisa 7 da Juve chutou da entrada da área e marcou um golaço pra tentar permanecer na Champions. O 2 a 1 dava um ar de que seria ampliado, mas ficou por isso mesmo e o Lyon seguiu para a próxima fase.
Com os êxitos de times como Leipzig e Lyon, começou-se a falar em zebras na Champions League. Porém, de zebras os dois times não tinha nada. Isso foi comprovado no jogo forte, organizado e compacto do Lyon sobre o Manchester City de Guardiola.
Na coletiva de imprensa pré-jogo, Rudi Garcia falou sobre o favoritismo do Manchester na partida. “O Manchester City naturalmente é favorito, mas o começo das quartas de final da Liga dos Campeões mostrou que as chances podem ser revertidas. Baseado nos dois primeiros jogos, podemos mudar esse cenário”. Humildade e pé no chão guiaram o Lyon durante toda a Champions, e a fala do treinador transparece isso. Apesar disso, o time francês deu um show contra o time de Guardiola.
Por ser jogo único, passa quem estiver melhor no dia. E o Lyon encaixou uma sequência positiva, que teve influência direta no 3 a 1 em cima do Manchester. O jogo foi truncado e faltoso na primeira metade, com 20 minutos sem muito risco. Mas, com 24 minutos, o Lyon fez o que sabia de melhor. Ekambi recebe de Marçal, mas Garcia vai pra cima marcar. A bola sobra pra Cornet, que manda no canto de Ederson e abre o placar.