Há 25 anos, o jejum se quebrava, sob o comando de Romário e Dunga

Há exatos 25 anos, o Brasil quebrava um jejum incômodo de 24 anos sem a conquista da Copa do Mundo. As frustrações de 1982 e 1986, com times mágicos sendo eliminados e o fracasso melancólico em 1990, fizeram do mundial de 1994, uma conquista mais que especial. O time não era unanimidade e nem era dos mais cotados a ser campeão, mas a cada partida, os comandados de Carlos Alberto Parreira e Zagallo, fizeram sua história, inclusive na final, que foi a primeira decidida nos pênaltis.

O grande destaque da seleção de 1994 com certeza foi o conjunto e o equilíbrio. Criticado em 1990, Dunga, foi o capitão de 1994 e o grande nome no meio campo canarinho. A torcida ainda viu nomes como Mauro Silva, Taffarel, Aldair, Branco e Jorginho entrarem de vez na história da Seleção, enquanto o atacante Romário, este sim, foi o grande nome brasileiro no mundial. O “baixinho” foi decisivo na seleção, chamou a responsabilidade e protagonizou lances de pura genialidade, terminando a competição como artilheiro brasileiro com 5 gols e a taça de campeão nas mãos, como havia prometido, quando foi a público ‘pedir’ sua própria convocação.

Times como Colômbia e Romênia eram promessas, mas foram caindo pela competição. O adversário mais complicado para a seleção brasileira, foi a Suécia, quem enfrentou na fase de grupos, quando empatou em 1 x 1, e depois nas semifinais, quando o Brasil venceu, com gol de cabeça do Romário, no meio dos gigantes suecos. Se a Suécia, foi o adversário mais duro que o Brasil enfrentou, com certeza o jogo mais emocionante foi nas quartas de final, contra a Holanda. O “carrocel holandês” tinha os irmãos De Boer, Rijkaard, Koeman, Overmars e Bergkamp, um time extremamente forte. Para o jogo, o Brasil veio com uma mudança na lateral esquerda, já que o titular Leonardo havia sido expulso no jogo contra os Estados Unidos. Branco, substituto natural era muito contestado, mas foi o grande nome do jogo. Jogou os 90 minutos, anulou o veloz Overmars e de quebra, ‘cavou’ a falta que ele mesmo converteu no gol da vitória brasileira.

A volta da Seleção Brasileira a uma final de mundial não poderia ter outro adversário, a não ser a Itália, time que o Brasil conquistou seu último título, com a mágica seleção de Pelé. O time italiano chegou às finais após dramáticas classificações, e com seu time comandado pelo meia Roberto Baggio. De um lado Romário, do outro Baggio, os grandes protagonistas das suas seleções se enfrentando. Durante o tempo normal, o jogo foi muito estudado e respeitado por ambas as equipes, e o grande lance foi um chute de Mauro Silva e uma quase falha bisonha do goleiro italiano Pagliuca, que deixou a bola escapar das mãos e bater na trave. Na prorrogação, o 0 x 0 persistiu e pela primeira vez, a disputa foi decidida nos pênaltis.

E nos pênaltis, mais um nome contestado da seleção entrou para a história. O goleiro Taffarel, que tinha a desconfiança da torcida brilhou defendeu a cobrança de Daniele Massaro e viu o zagueiro Franco Baresi e Roberto Baggio isolarem suas cobranças. Pelo Brasil, Márcio Santos, que era quem tinha o melhor aproveitamento nos treinos, perdeu sua cobrança e os gols brasileiros foram feitos por Dunga, Romário e Branco, levando o Estádio Rose Bowl ao delírio, ao ver o Brasil voltar a ser o primeiro Tetracampeão mundial e uma geração que havia sido marcada pelo fiasco de 1990, dar a volta por cima e dar alegria à torcida brasileira.

(  Foto: Bongarts )

Filipe Dias

Editor-chefe do MF. Paulista de São Paulo, Mineiro de Guaxupé, fundador da GuaxuPeixe, Torcida do Santos em Guaxupé e Setorista do Santos FC.

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