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Un día como hoy: Independiente se tornava o primeiro e único tetracampeão da Libertadores

A maior hegemonia da história da Libertadores da América faz seu aniversário de 45 anos nesta segunda-feira (29). No Estádio Defensores Del Chaco, em Assunção, no Paraguai, o Club Atlético Independiente escrevia para sempre na história da Copa a maior sequência de títulos até hoje. Além disso, era o sexto título del Rojo, que ganharia mais um, e jamais seria alcançado até o momento.

Un día como hoy é uma série que rememora grandes feitos do futebol latino e hoje é mais uma data especial para nosso fútbol. O Rey de Copas de Avellaneda se fazia gigante mais uma vez e conseguiria um feito inédito nas canchas latinas. Confira a última matéria da série abaixo:

As três Copas anteriores

A história da Copa de 1975 começa três anos antes, em 1972. O Independiente já era bicampeão da Libertadores da América, após vencer em 1964 e 1965. Em seu tricampeonato, passou da fase de grupos invicto diante de Rosário Central, da Argentina, Santa Fe e Atlético Nacional, ambos da Colômbia. Na semifinal, que era disputada em um triangular, passou por São Paulo e Barcelona de Guayaquil. Na final, empatou na ida com o Universitário, do Peru, e ganhou em La Doble Visera (atual Libertadores de América) por 2 a 1 com dois de Eduardo Maglioni.

No ano seguinte, por conta do regulamento da competição, já entrou no triangular da semifinal disputado contra o San Lorenzo, da Argentina, e o Millonarios, da Colômbia. El Rojo passou e derrotou o Colo-Colo, do Chile, na final após um empate em Avellaneda, outro no Estádio Nacional do Chile e vitória na prorrogação por 2 a 1 no Estádio Centenário em Montevidéu.

A terceira seguida, que valeu a ‘taça original’ da Libertadores foi conquistada após passar no grupo semifinal que tinha Peñarol, do Uruguai, e Huracán, da Argentina, e vencer um brasileiro na final. A quarta final de Libertadores do CAI foi conquistada sobre o São Paulo. O primeiro jogo foi no Pacaembú, vencido pelos tricolores por 2 a 1, o segundo foi em La Doble Visera, 2 a 0 para os locais e o desempate em Santiago. Na capital do Chile, Ricardo Pavoni fez o gol da vitória magra.

A terceira conquista valeu a taça original porque a Conmebol deixa com os clubes somente réplicas da Copa. Apenas duas equipes que foram tricampeãs têm a verdadeira taça: Estudiantes de La Plata, tricampeão em 1968-1969-1970, e o Independiente.

Elenco tricampeão seguido da Libertadores da América (Reprodução/Pinterest)

45 anos da quarta

A quarta Libertadores veio com a mística copeira do Independiente. Assim como nos três anos anteriores, os Diabos, como o time é conhecido, chegou para a disputa da fase semifinal. Dessa vez, a equipe enfrentaria o Cruzeiro e o Rosário Central, da Argentina. E tudo começou ruim para a equipe de Avellaneda.

Independiente perdeu seus dois primeiros jogos, ambos fora de casa para a Raposa e o time rosarino, por 2 a 0. Com isso, a equipe tinha um saldo negativo de quatro gols e precisaria contar com outros resultados para avançar à sua quinta final de Libertadores. A única chance era vencer as duas partidas como local e torcer para o Rosário derrotar o Cruzeiro na Argentina.

No returno, o Independiente venceu o time do Gigante de Arroyito (estádio do Rosário) por 2 a 0. Assim, tinha dois pontos (à época, a vitória valia dois pontos) e menos dois gols de saldo. O jogo seguinte do grupo era entre o time brasileiro e a equipe rosarina em Rosário. O único resultado que interessava era a vitória dos locais e ela veio. Apesar da vitória, o Rosário não iria para a final, pois restava a batalha final no campo do CAI.

O último embate foi em La Doble Visera e o improvável aconteceu. O resultado que interessava ao Rojo era a vitória por três gols no mínimo. Com isso, ficaria com quatro pontos e um gol de saldo. A mística se valeu. De pênalti, o Ricardo Pavoni abriu o placar. No segundo tempo, Ricardo Bochini, o maior ídolo Rojo, fez um gol olímpico aos 20 do segundo tempo. Dez minutos depois, Ruiz Moreno sacramentou o ‘crime’. Como relatou a Revista Placar na ocasião, “o Cruzeiro chora o impossível”.

Manchete de jornal relatando a incrível virada (Reprodução/Estatísticas CAI)

A final foi contra a Unión Española com o primeiro jogo no Estádio Nacional do Chile. Com gol no apagar das luzes, Sergio Ahumada fez o placar mínimo para os locais. O segundo jogo foi em La Doble Visera e o Independiente venceu por 3 a 1 com gols de Percy Rojas, Ricardo Pavoni e Daniel Bertoni e Francisco Las Heras para os chilenos. Com isso, desempate no Defensores Del Chaco.

Há 45 anos, o time Rojo entrava com José Alberto Pérez; Eduardo Commisso, Eduardo Commisso, Francisco Sá, Ricardo Pavoni; Alejandro Semenewicz, Rubén Galván, Ricardo Bochini; Agustín Balbuena, Ricardo Ruiz Moreno e Daniel Bertoni. Técnico: Pedro Dellacha. Já o time chileno que buscava sua primeira Copa com Leopoldo Vallejos; Juan Machuca, Mario Maldonado, Manuel Gaete, Antonio Arias; Rubén Palacios, Eddio Inostroza, Jorge Spedaletti; Alejandro Trujillo, Sergio Ahumada e Leonardo Véliz. Técnico: Luis Santibáñez.