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Nacional e Peñarol fazem o Superclássico no retorno do futebol uruguaio

O Uruguai terá uma tarde especial neste domingo (9), será o primeiro Superclássico Uruguaio após a parada do futebol por conta da pandemia de coronavírus. Nacional e Peñarol jogarão, às 15 horas (horário de Brasília) no Estádio Centenário sem público por causa das medidas sanitárias, pela 4ª rodada da Primera División Profesional de Uruguay – Apertura.

Ambos os times tiveram um começo ruim no Apertura antes da pandemia. Em três jogos, o Bolso, como é conhecido o Nacional, não venceu, foram dois empates e uma derrota. Já o Cabonero, como é conhecido o Peñarol, venceu um jogo, empatou outro e perdeu um. No momento, o time do Gran Parque Central está em 14º e o do Campeón de Siglo está em 9º. Lembrando que a Primera División tem 16 equipes.

Sempre com grandes públicos, o clássico será com estádio vazio desta vez (Reinaldo Coddou H./Getty Images)

História do Nacional

O Nacional é um dos gigantes do continente, dono de três Libertadores e três Copas Intercontinentais conquistadas no século passado. O Bolso nasceu no dia 14 de maio de 1899 com a ideia de ser um clube nacional e que aceitasse crioulos, filhos de espanhóis nascidos na América. Assim seu nome, Club Nacional de Football remete às raízes uruguaias .

Sua primeira partida foi em 25 de julho de 1899 e sua filiação à Associação Uruguaia de Futebol ocorreu em 1901. Nacional de Montevidéu foi a Seleção Uruguaia na primeira vitória celeste sobre os portenhos por 3 a 2 em 1903. O clube é o que mais tem títulos no Uruguai, são 159 oficiais, 137 nacionais e 22 internacionais.

História do Peñarol

Um dos clubes mais gloriosos do continente, o Peñarol foi fundado no dia 28 de setembro de 1891, com nome de Central Uruguay Railway Cricket Club. O clube foi criado graças a iniciativas de trabalhadores da Central Uruguay Railway Company of Montevideo, companhia férrea de origem inglesa que operava no país.

A primeira partida oficial do aurinegro foi somente no dia 10 de junho de 1900, confronto que o clube venceu por 2 a 1. Atualmente, o Peñarol possui 52 títulos de campeonatos nacionais, sendo 11 na era amadora e 41 na era profissional.

Retrospecto

Perante o número de partidas disputadas o Superclássico Uruguaio não possui alto desequilíbrio, todavia, o clube aurinegro leva a vantagem de 14 vitórias a mais. No total, foram disputadas 544 partidas, sendo: 191 vitórias do Peñarol; 177 vitórias do Nacional; e 176 empates. Ademais, o Carbonero marcou 682 gols, enquanto o Bolso marcou 648 vezes.

Ainda na Era Amadora, o primeiro Superclássico Uruguaio foi disputado no dia 15 de julho de 1900. O Peñarol, ainda como o antigo nome – CURCC -, venceu o Nacional por 2 a 0. Já o último confronto entre o Bolso e Carbonero foi realizado no dia 15 de dezembro do ano passado, e terminou com a vitória do Nacional por vantagem mínima, 1 a 0.

Na última temporada uruguaia, o Nacional conquistou o Uruguaio sobre o Peñarol (Eitan Abramovich/AFP)

Cancha

A gigante casa da Seleção Uruguaia é também a casa dos clássicos no sul do continente. O Estádio Centenário, inaugurado em 1930 para a primeira Copa do Mundo da história, tem esse nome por conta dos 100 anos da Primeira Constituição do Uruguai.

Com capacidade para 65 mil pessoas atualmente, ele foi construído para sediar todos os jogos da primeira Copa, mas por alguns atrasos, nem todos os embates foram lá, sendo alguns no Gran Parque Central, do Nacional, e no Estádio Pocitos (hoje demolido), do Peñarol. Além do mundial, recebeu quatro Copas Américas nos anos de 1942, 1956, 1967 e 1995.

Momento dos tricolores

O Nacional estava em um momento ruim na Primera División, mas conseguiu duas vitórias no seus dois primeiros jogos na Libertadores da América. No Apertura, ainda não venceu, foram dois empates e uma derrota. Os tricolores fizeram um amistoso de preparação para a volta do futebol, vitória por 2 a 1 diante do Liverpool.

O time de Gustavo Munúa tem uma baixa importante para o superclássico deste domingo, não poderá contar com o zagueiro Guzmán Corujo que se lesionou no último amistoso. Com isso, Mathíaz Suárez deve ser o substituto do defensor de 24 anos e o time terá uma linha defensiva mais dinâmica. A princípio, o time do Gran Parque Central tem somente este desfalque.

O time deve vir com Luis Mejía no gol; Mathíaz Suárez na direita, Mathías Laborda e Augustín Oliveros no miolo de zaga e improvisado, Ayrton Cougo na esquerda; a dupla de volantes será Gabriel Neves e Claudio Yacob; o trio mais adiantado será com Felipe Carballo, Santiago Rodríguez e Gonzalo Castro; o homem de ataque será o experiente Gonzalo Bergessio.

Momento dos carboneros

O Peñarol, antes de parada forçada pelo coronavírus, não vinha bem na Primera División. A equipe, em três jogos disputados, tinha conquistado apenas quatro pontos, tendo uma vitória, um empate e uma derrota.

No clássico, o Carbonero não poderá contar com seu técnico Diego Forlán, suspenso, e que será substituído pelo seu irmão Pablo. Porém, Diego foi quem comandou a equipe durante toda a preparação, e possui apenas uma dúvida na escalação: Xisco Jiménez ou David Terans. A provável escalação do Peñarol conta com:

Kevin Dawson no arco; Giovanni González atua na defesa pela lateral-direita, Gary Kagelmacher e Rodrigo Abascal formam a dupla de zaga, com Joaquín Piquerez na lateral-esquerda; Jesús Trindade e Krisztián Vadócz são os volantes centrais, com Facundo Pellistri pela direita e Matías De los Santos na esquerda; no ataque, Matías Brito é confirmado, restando a dúvida entre seu companheiro, que pode ser Xisco Jiménez ou David Terans.

Foto de capa: Eitan Abramovich/Getty Images

Texto produzido por Gabriel Neri e Vinícius França